Qual a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria?
“Trabalho não precisa ser sinônimo de dificuldade.” — Greg McKeown.
Vamos iniciar a Bimodalização do ótimo livro “Sem esforço: torne mais fácil o que é mais importante” de Greg McKeown.
O livro foi uma indicação do Bimodal Endógeno João Vitor de Barros Baptista.
O livro de McKeown tem um estilo mais vendável que é o de contar uma estória e depois refletir sobre ela, colocando a minha Narrativa.
É um tipo de livro que ganha mais leitores, mas perde um pouco na direção de preparar uma metodologia.
Uma pessoa que queira aplicar o livro dele, como um coaching de Felicidade, terá o trabalho de reorganizar tudo para que possa aplicar.
Uma das principais perguntas do trabalho de McKeown é a seguinte: por que pessoas tão inteligentes levam vidas tão ruins?
Uma primeira resposta seria a seguinte:
As pessoas usam o conhecimento de forma pouco sábia.
Vejamos, antes de tudo, a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria, comparando tudo isso com a chuva que começa a cair:
- Dado — a gota que cai na mão logo cedo — é chuva e não um pingo de ar condicionado;
- Informação — sim, é chuva;
- Conhecimento — quando chove deste jeito, a experiência e o que li me diz, que vai demorar bastante, levando a manhã toda;
- Sabedoria — acho melhor não sair de casa, pois tudo vai ficar alagado rapidinho e vou aproveitar para fazer algumas pendências e sair só de tarde.
A Sabedoria, assim, é o uso mais adequado do conhecimento para que possamos ter vidas melhores e mais significativas.
Os dois livros de McKeown (o outro é sobre Essencialismo) que vou comentar na sequência visam ajudar as pessoas a serem mais felizes.
McKeown é um Cientista da Inovação Pessoal, que reforça bastante a Narrativa Bimodal e acrescenta uma série de boas dicas.
O livro Sem Esforço pode ser resumido pela seguinte frase:
“Quando simplesmente não dá para se esforçar mais, é hora de procurar um caminho diferente.”
McKeown questiona alguns pensamentos Mainstream:
- De que o bom é sempre algo que dá muito trabalho;
- Quando as coisas são feitas de forma mais simples e fácil não são boas;
- E que quanto mais fazemos, melhores somos, sem que foquemos no que é essencial.
Que se resume na seguinte frase: “O burnout não é uma medalha de honra.”
Ele afirma que é preciso aprender a dosar o esforço, pois “quanto mais cansados ficamos, mais o retorno sobre esse esforço diminui.”
Ele diz:
“Quando a gente prioriza o que é mais importante, há espaço na vida não só para o que mais valorizamos como para outras coisas. Caso contrário, você fará o que for trivial, porém ficará sem espaço para o que realmente importa.”
Aqui, cabe uma metáfora que ele usa bastante no livro da separação entre o tronco, os galhos e as folhas das árvores:
- O tronco — são as essências, aquilo que deve ser avaliado primeiro;
- Os galhos — fazem parte do que deve ser avaliado depois;
- As folhas — por fim, as folhas devem ser vistas.
A separação entre tronco, galhos e folhas vale para tudo, principalmente, naquilo que é mais relevante e importante quando pensamos nas nossas vidas.
No Projeto de Felicidade 2.0 Bimodal, por exemplo, destacamos a importância das Métricas da Felicidade baseadas em Sensações.
O objetivo em um Projeto de Felicidade Mais Forte é manter alta a Métrica TBMRC (Tranquilidade, Bom Humor, Motivação, Resiliência e Criatividade).
O tronco num Projeto de Felicidade Mais Forte é manter alto as sensações positivas e o resto é galhos e folhas.
O que McKeown nos sugere é que não devemos confundir o que é fim do que é meio. O fim é o que nos deixa mais felizes e os meios são as ferramentas que precisamos usar para chegar nesse objetivo.
Coisas são ferramentas para gerar sensações positivas e não um fim em si mesmo.
Você deve comprar uma roupa que te gere uma sensação positiva e não para mostrar aos amigos que você está na moda.
McKeown divide seus dois livros da seguinte maneira: “Essencialismo era sobre fazer as coisas certas. Sem esforço é sobre fazê-las do jeito certo.”
Podemos Bimodalizar os dois termos de McKeown da seguinte maneira:
- Essencialismo é definir a nossa missão, aquilo que devemos realmente fazer para tirar e conseguir manter nossos Potenciais Singulares fora do armário;
- Sem Esforço é um conjunto de sugestões de melhorias nas atitudes para que nossos Potenciais Singulares possam ser praticados.
Ele diz:
“Em vez de tentar obter resultados melhores nos esforçando ainda mais, podemos transformar as atividades mais essenciais nas mais fáceis de serem executadas.”
Ele sugere, assim, que passemos a procurar usar a Mente Secundária o tempo todo para ver de que forma podemos simplificar nossa missão de vida.
O que estamos fazendo hoje que pode ser feito de forma mais fácil sem prejudicar, ao contrário, melhorando o resultado final?
O primeiro grande problema é que quando não definimos adequadamente nossa Missão de Vida (desenvolver nossos Potenciais Singulares) ficamos perdidos.
Como diz Sêneca (4 a.C — 65 d.C):
“Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável.”
Bimodalizando McKeown de forma ainda mais sintética:
- O Essencialismo de McKeown bimodalizado é focar nos Potenciais Singulares;
- O Sem Esforço é procurar simplificar as atitudes para que isso seja feito de forma cada vez melhor.
A proposta de fazer as coisas sem esforço propõe o questionamento do perfeccionismo e se alinha com o Eric Ries (que inclusive é citado no livro).
McKeown defende que o cérebro precisa estar o mais limpo possível para que possamos nos dedicar ao que é mais essencial.
Diz ele:
“Quando seu cérebro está cheio de tralha — como premissas equivocadas, emoções negativas e padrões de pensamento tóxicos –, você tem menos energia mental disponível para realizar o que é mais essencial.”
Note o que McKeown sugere:
- Premissas equivocadas — visões sobre a vida e a felicidade que não nos levam ao aumento da Taxa de TBMRC;
- Pensamentos Tóxicos — paradigmas que estão armazenados na Mente Primária que não são questionados;
- Emoções Negativas — geradas por contato com pessoas, situações, lugares, atividades e conteúdos tóxicos ou desnecessários que precisam ser afastados.
Diz ele:
“O cérebro é programado para priorizar as emoções com elevado “ valor afetivo ” — como medo , ressentimento ou raiva — , essas emoções fortes geralmente vencem a disputa, nos deixando com ainda menos recursos mentais para dedicar às coisas que importam.”
Chamamos isso de Gatilho Estressor fatos que nos abrem as torneiras das Emoções Negativas, que precisam ser processados pelo Diário de Bordo das Crises.
Com a prática, aos poucos, vamos aprendendo a evitar e lidar com determinados Gatilhos Estressores e ficamos mais resilientes para os novos que ainda não conhecemos.
Diz ele:
“O Estado Sem Esforço é aquele em que você está fisicamente descansado, emocionalmente aliviado e mentalmente energizado. Está cem por cento presente, atento e focado no que é essencial naquele momento. É capaz de fazer com facilidade o que mais importa.”
Aqui vou discordar um pouco de McKeown.
O que ele chama de Estado Sem Esforço é a procura de um Bem Estar Continuado, algo que ocorre ao longo do tempo, quando conseguimos manter nossa Taxa de TBMRC lá em cima.
Porém, é preciso não confundir com o que Mihaly chama de Estado de Fluxo.
O Estado de Fluxo é alcançado quando colocamos nossos Potenciais Singulares para rodar — o que gera uma sensação de bem estar para as outras horas do dia.
Não diria que a procura da redução do esforço gera um “estado”.
Visões e Atitudes mais adequadas nos permitem praticar nossos Potenciais Singulares e isso nos leva a uma sensação de Bem Estar Continuado.
O que McKeown chama de Estado Sem Esforço nós optamos por chamar de Bem Estar Continuado, que pode ser medido ao longo do tempo.
“Sem Esforço” de McKeown sugere gerar uma Atitude Existencial que podemos chamar de Facilitismo — a procura o tempo todo por tornar mais fácil aquilo que fazemos.
Tal Atitude Existencial — Facilitismo — não constava até aqui do Projeto Bimodal de Felicidade 2.0.
Ele questiona uma tendência que temos de nos sacrificar sem necessidade:
“Muitas vezes sacrificamos nosso tempo, nossa energia e até nossa sanidade mental por acreditar que o sacrifício é essencial por si só.”
E complementa:
“É quase uma lei natural para algumas pessoas: se uma coisa é fácil, então ela não é tão importante.”// “É como se todos aceitássemos automaticamente que o jeito “ certo ” é , de forma inevitável, o mais difícil.”
O que nos leva a dizer que o Facilitismo procura questionar o Dificultismo, que é, no popular, colocar cabelo em ovo.
Diz ele:
“Tornamos as coisas mais complicadas do que precisam ser.”
Que é bem expresso nesta frase:
“Nem paramos para pensar que algo essencial e valioso pode ser feito com facilidade.”
Diria que temos dois tipos de Esforços:
- Esforço Saudável — aquele que está alinhado a um Projeto de Felicidade Mais Forte, que vai aumentar nossa Taxa de TBMRC;
- Esforço Tóxico — aquele que NÃO está alinhado a um Projeto de Felicidade Mais Forte, que NÃO vai aumentar nossa Taxa de TBMRC.
O Esforço Tóxico é o que podemos chamar de Sacrifício sem sentido.
Para que possamos praticar o Facilitismo ele sugere que é preciso sempre questionar as premissas.
Diz ele:
“Você se surpreenderia com a frequência com que surge uma solução mais fácil quando as premissas que fazem o problema parecer difícil são eliminadas.”
Eu resumiria algumas questões para a mudança de premissas diante de atividades, a base do Facilitismo:
- Eu preciso fazer isso?
- Caso sim, como eu faço o menor esforço possível para chegar no melhor resultado?
A base do Facilitismo é antes de sair fazendo uso da Mente Secundária para que o Esforço seja mais Saudável do que Tóxico.
Moral da história: antes de sair fazendo coisas que nem um maluco coloque a mente secundária para funcionar!
Frases que vale à pena compartilhar:
“Nossa perpetuação como espécie vem da preferência inata pelo caminho de menor esforço.” — McKeown;
“Para que vivemos, se não para tornar a vida menos difícil uns para os outros?” — George Eliot;
“É uma ilusão coletiva achar que o excesso de trabalho e o esgotamento são o preço que precisamos pagar para sermos bem-sucedidos.” — Arianna Huffington.
É isso, que dizes?